Os mais de 126 mil votos conquistados por Djalma Berger (PSDB) na disputa pela Câmara Federal não parecem ter sido suficientes para despertar no irmão do prefeito da Capital o desejo de ir para Brasília. Finda a eleição, Dário e Djalma começaram a pressão para receber a poderosa Secretaria da Infraestrutura - que Luiz Henrique logo destinou para o também deputado federal eleito Mauro Mariani (PMDB) como forma de controlar a cobiça dos Berger.
Pelas colunas de bastidores da imprensa catarinense logo se soube que a decisão do governador eleito irritou profundamente o prefeito e o deputado. Dário teria até comentado que por sua formação - engenheiro - Djalma poderia ocupar apenas a pasta da infraestrutura. Conversando na Assembléia Legislativa com um tucano que gosta de demonstrar conhecimento dos bastidores do partido e da prefeitura, cheguei a comentar:
- Então o Djalma vai ter que ir para Brasília mesmo...
- Não - interrompeu o tucano, enfático - o Djalma vai para o secretariado.
- Mas a infraestrutura ele perdeu...
- Só sei que ele vai estar no secretariado. Não vai para Brasília.
Naquela semana o engenheiro Djalma e seu irmão prefeito começaram a demonstrar que a pasta do Turismo, Cultura e Esporte também seria satisfatória para ambos. Mais uma vez a pressão se deu por fora do âmbito partidário, o que deve ter desagradado os correligioários - que tendem a indicar Gilmar Knaesel (PSDB) para a pasta, que já ocupou no primeiro mandato de LHS. E aos irmãos Berger, o que caberia? Os tucanos vão tentar emplacar Djalma na Secretaria Regional da Grande Florianópolis - que pode resultar numa dobradinha perfeita com as prefeituras do PSDB na Capital e em São José, mas é politicamente ineficaz se a idéia dos Berger é estadualizar o nome pensando em 2010.
Dário quer disputar o Governo do Estado, mas o partido já tem no senador e vice-governador eleito Leonel Pavan (PSDB) um pré-candidato. E Luiz Henrique parece ter mais com que se preocupar do que contentar os Berger - até porque o apoio da família na região não foi suficiente para diminuir a vantagem que Esperidião Amin (PP) alcançou no segundo turno. A diferença a favor do pepista ficou em 44 mil votos em Florianópolis e em 17 mil em São José. Vale lembrar que em 2002 a diferença a favor de Amin na Capital foi menor – 35 mil votos – e que na época Dário era prefeito de São José, militava no PFL e apoiava a reeleição do progressista.
De calculadora na mão, ao que tudo indica, Luiz Henrique não se sente em dívida com os Berger. E Djalma Berger provavelmente vai ter que escolher entre a Regional ou sua vaga na Câmara de Deputados - vaga que disputou com tanto empenho e que lhe custou R$ 870 mil em recursos próprios, devidamente declarados, é claro.
Blues Velvet
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Tenho uma história em cada canto deste lugar
Nem todas publicáveis
Mas todas parte de mim
Aqui fui feliz e fui triste
Dancei, cantei
Me diverti e div...
Há 5 meses
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