domingo, 26 de novembro de 2006

Não devo, nego, não pago...

Os mais de 126 mil votos conquistados por Djalma Berger (PSDB) na disputa pela Câmara Federal não parecem ter sido suficientes para despertar no irmão do prefeito da Capital o desejo de ir para Brasília. Finda a eleição, Dário e Djalma começaram a pressão para receber a poderosa Secretaria da Infraestrutura - que Luiz Henrique logo destinou para o também deputado federal eleito Mauro Mariani (PMDB) como forma de controlar a cobiça dos Berger.

Pelas colunas de bastidores da imprensa catarinense logo se soube que a decisão do governador eleito irritou profundamente o prefeito e o deputado. Dário teria até comentado que por sua formação - engenheiro - Djalma poderia ocupar apenas a pasta da infraestrutura. Conversando na Assembléia Legislativa com um tucano que gosta de demonstrar conhecimento dos bastidores do partido e da prefeitura, cheguei a comentar:

- Então o Djalma vai ter que ir para Brasília mesmo...
- Não - interrompeu o tucano, enfático - o Djalma vai para o secretariado.
- Mas a infraestrutura ele perdeu...
- Só sei que ele vai estar no secretariado. Não vai para Brasília.

Naquela semana o engenheiro Djalma e seu irmão prefeito começaram a demonstrar que a pasta do Turismo, Cultura e Esporte também seria satisfatória para ambos. Mais uma vez a pressão se deu por fora do âmbito partidário, o que deve ter desagradado os correligioários - que tendem a indicar Gilmar Knaesel (PSDB) para a pasta, que já ocupou no primeiro mandato de LHS. E aos irmãos Berger, o que caberia? Os tucanos vão tentar emplacar Djalma na Secretaria Regional da Grande Florianópolis - que pode resultar numa dobradinha perfeita com as prefeituras do PSDB na Capital e em São José, mas é politicamente ineficaz se a idéia dos Berger é estadualizar o nome pensando em 2010.

Dário quer disputar o Governo do Estado, mas o partido já tem no senador e vice-governador eleito Leonel Pavan (PSDB) um pré-candidato. E Luiz Henrique parece ter mais com que se preocupar do que contentar os Berger - até porque o apoio da família na região não foi suficiente para diminuir a vantagem que Esperidião Amin (PP) alcançou no segundo turno. A diferença a favor do pepista ficou em 44 mil votos em Florianópolis e em 17 mil em São José. Vale lembrar que em 2002 a diferença a favor de Amin na Capital foi menor – 35 mil votos – e que na época Dário era prefeito de São José, militava no PFL e apoiava a reeleição do progressista.

De calculadora na mão, ao que tudo indica, Luiz Henrique não se sente em dívida com os Berger. E Djalma Berger provavelmente vai ter que escolher entre a Regional ou sua vaga na Câmara de Deputados - vaga que disputou com tanto empenho e que lhe custou R$ 870 mil em recursos próprios, devidamente declarados, é claro.

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