domingo, 24 de dezembro de 2006

Alguém anotou a placa do trator?

No momento em que o plenário da Assembléia fervia com a discussão da MP que permite o leilão das contas-salário do funcionalismo público estadual, os governistas preferiram deixar a oposição falar sozinha. Os seis deputados inscritos fizeram discursos calorosos, que incendiaram ainda mais os ânimos dos funcionários do Besc presentes à votação. Enquanto isso, boa parte da bancada governista estava no bar dos deputados, bem próximo ao plenário.

Voltaram na hora da votação para garantir a vitória por 22 a 17.

"Há momentos em que a oposição discursa e a situação vota", explicou o líder do Governo, João Henrique Blasi.

"Tivemos 17 votos, o nosso recorde em votações de interesse do Governo", comentou um resignado oposicionista.

Quem estava na Assembléia no último dia de votações conseguiu até anotar a placa do trator que limpou a pauta de votações: LHS 2007.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Uma coisa é uma coisa...

Adversário do governador em exercício Pinho Moreira (PMDB) em Criciuma, o deputado Clésio Salvaro (PSDB) consegue enxergar diferença entre o atual governo e o que está por vir (ou por voltar). Ainda antes do recuo na questão da MP da Pobreza, Clésio dizia em alto e bom som que não votaria a favor por questão de princípios.

- O senhor acredita que os princípios podem causar o primeira racha na base do governo, deputado?
- Não. Porque o governo também tem princípios. Principalmente o que vai começar em 2007...

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Desfeita

O secretário de Coordenação e Articulação Política Ivo Carminatti passou o dia de ontem tentando acertar uma reunião entre o titular da Fazenda, Felipe Luz, e o presidente da Fiesc, Alcântaro Correa. Na pauta, a disposição do Governo de discutir formas de flexibilizar os efeitos dos aumentos das alíquotas de ICMS previstas pela medida provisória que institui o fundo de combate à pobreza. A redução do imposto sobre os produtos da cesta básica e a diminuição no aumento da alíquota do imposto sobre combustíveis e energia elétrica estariam entre os pontos a serem negociados.

No entanto, na mesma tarde, a bancada do PP encaminhou um pedido para que o mesmo Alcântaro Correa fosse convidado para falar durante a sessão de hoje. Para a aprovação era necessário os votos favoráveis de todos os líderes. O líder peemedebista Rogério Peninha votou contra e o pedido foi rejeitado.

A assessoria da Fiesc afirmou que a entidade lamenta que os deputados não tenham dado espaço para o presidente explicar a posição da entidade em relação ao tema. Depois, a Fiesc cancelou o encontro previamente agendado. Não, os fatos não estão relacionados.

CPIzinha

Ficou para terça-feira o início dos trabalhos da CPI da Assembléia Legislativa que vai investigar o caso Aldo Hey Neto. Como o recesso parlamentar começa na sexta-feira e a comissão se extingue com o final da legislatura, serão quatro dias de trabalho árduo. Ao que tudo indica, o relatório final será remetido ao Guiness Book para constar na próxima edição como a mais rápida CPI da história.

Brincadeiras à parte (e não são poucas), os deputados da oposição ainda tem esperança de conseguir manter os trabalhos durante o recesso, que vai até 31 de janeiro. Para isso, Afrânio Boppré (PSOL), Dionei da Silva (PT) e Joares Ponticelli (PP) precisam convencer pelo menos um dos deputados da base governista que integram a CPI – Antônio Luz (PSDB), João Henrique Blasi (PMDB), Moacir Sopelsa (PMDB) e Onofre Agostini (PFL).

Para quem não lembra (ou não entendeu direito), Aldo Hey Neto é aquele ex-assessor da Secretaria da Fazenda preso em agosto, acusado de receber propina para incluir num programa estadual de subsídio fiscal as empresas acusadas pela Polícia Federal de integrarem o maior esquema de sonegação de impostos já realizado no país. Ou seja, as importadoras acusadas declaravam valores muito abaixo do real, sonegavam imposto e ainda ganhavam subsídio por utilizarem portos catarinenses. Como diz um deputado oposicionista: "dá pra ganhar mais milzinho?".

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Manchetinha

Depois de duas semanas de pesquisa e entrevistas, saiu hoje a matéria que fiz sobre o número de projetos com vício de origem apresentados (e aprovados) no legislativo estadual. Eu sabia que a edição ia carregar nas tintas. Mas edição serve para isso mesmo...


Link para o texto:
http://an.uol.com.br/2006/dez/11/0pot.jsp

link para a foto da capa:
http://200.221.3.200/gc/upload/facsimile/capa_g11-12-06.jpg

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

A vaga e o frango

Foi definida na manhã de hoje a última das sete vagas para a CPI que vai tentar investigar o caso Aldo Hey Neto. Faltava apenas a decisão dos partidos pequenos - que deveriam indicar um membro, mas estavam enredados na falta de consenso da disputa entre Afrânio Boppré (PSOL), Altair Guidi (PPS) e Odete de Jesus (PL). O prazo para indicação se esgostara há uma semana, mas o governista (e futuro secretário) Guidi queria uma reunião na terça, diminuindo ainda mais o pouco tempo que resta para alguma investigação.

A pressão da oposição deu resultado hoje e - na falta de consenso - a vaga foi escolhida por sorteio. Afrânio levou a disputa, se tornando o terceiro oposicionista na CPI.

- Eu não costumo ganhar nem frango de padaria - comentava mais tarde o deputado, que vai se despedir da Assembléia embaixo dos holofotes da CPI.

CPI que, tudo indica, vai ter 10 dias para investigar e apresentar resultados - já que os trabalhos se encerram no final da legislatura e o recesso inicia dia 22.

De pedra a vidraça

Na Assembléia Legislativa, a Medida Provisória que cria o Fundo da Pobreza deixou todos os outros assuntos em segundo plano. A oposição diz que é o primeiro calote eleitoral do governador reeleito Luiz Henrique (PMDB). “Isso é para matar a fome de cargos”, diz e repete para cada jornalista que o interpela o deputado Joares Ponticelli (PP). Fala em mobilizar a sociedade, entidades e principalmente o atual presidente da Associação Comercial e Industrial de Joinville, Sergio Alves – já confirmado como secretário da Fazenda de LHS. Defensor ferrenho da diminuição da carga tributária, o empresário nem trocou o lado do balcão e já tropeçou no primeiro sapo governamental.

- Ainda não posso me posicionar, é um assunto que ainda está fora do meu controle - afirmou o futuro secretário ao repórter André Lückman, de A Notícia, para em seguida completar - Entendo que é um programa socialmente importante, mas o combate à pobreza também pode ser feito com desenvolvimento.

Ao que parece, o sapo será engolido.

Ginástica verbal

O líder do Governo, João Henrique Blasi (PMDB), chegou a assinar um documento durante a campanha eleitoral se comprometendo a lutar contra qualquer aumento na carga tributária. Bom com as palavras, o deputado encontra uma saída para driblar o “compromisso” – diz que se comprometeu a ser contra a criação de novos impostos, não de aumentar alíquota dos que já existem. Para Blasi, o envio da matéria como MP se justifica pelos prazos, já que se fosse enviado como projeto de lei não seria aprovado nessa legislatura e só poderia começar a ser cobrado em 2008. Além disso, esse tipo de fundo seria permitido pela Constituição Federal desde 2000 e aplicado em vários estados. Perguntado se um projeto dessa natureza não está na contramão do clamor da sociedade contra a alta carga tributária, Blasi pára, pensa e diz:

- Nesse aspecto, sim...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Última aposta

Apesar da aprovação da emenda que permite a reeleição dos membros da mesa diretora da Câmara, o vereador Marcílio Ávila (PMDB) ainda não se declara candidato à recondução. Diz que continua na briga para receber a Secretaria Regional da Grande Florianópolis. Conta com o apoio e indicação do prefeito Dário Berger (PSDB), mas não muito mais que isso. O próprio PMDB municipal dá de ombros: o ex-prefeito e presidente do diretório municipal do partido, Edison Andrino, levou pessoalmente ao governador reeleito Luiz Henrique a lista de cargos exigidos pelo partido na Capital e nela conta o nome de Valter Galina para a Regional.

A não ser que indicação do Andrino tenha peso negativo...

Abriram os uísques

O próprio Dário Berger já parece ter desistido de emplacar Marcílio Ávila no Governo do Estado. Depois de aprovada a reeleição para a presidência da Câmara, passou a brincar chamando Marcílio de “Hugo Chavez” – o re-reeleito presidente da Venezuela. Outro que brinca é o vereador Juarez Silveira (PTB), que se dizia candidato de Marcílio a sucessão. Afirma que como não terá a presidência da Casa, agora quer ser o vice de Dário Berger em 2008.

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Construir estradas é governar

Das 279 emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento do próximo ano, 96 delas são para obras de infra-estrutura – estradas, pontes, viadutos. O número de emendas é praticamente o triplo do destinado às áreas de saúde e educação, além de ser exatamente 96 vezes maior que o de emendas para o saneamento básico (é, foi uma só).

Esse tipo de obra gera a visibilidade que costuma garantir mais de um mandato a um deputado e que pode até mesmo chegar a mudar a conduta histórica do eleitorado de um pequeno município. Perguntei a um prefeito do PP de um município da Grande Florianópolis as razões da vitória de Luiz Henrique (PMDB) na localidade no primeiro turno, considerando que Esperidião Amin (PP) sempre venceu na cidade e que o partido comanda a prefeitura. Ele não titubeou:

- O Luiz Henrique asfaltou um trecho da rodovia que passa aqui. É uma obra muito importante.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Comentando o comentário

Um leitor anônimo colaborou com algumas informações sobre os desejos políticos do presidente da Câmara Municipal, Marcílio Ávila (PMDB). Lembrou que Ávila ainda não desistiu de concorrer à Prefeitura em 2008, além de ser apontado como um provável vice na chapa de Dário Berger (PSDB). Por isso, a Secretaria Regional da Grande Florianópolis lhe cairia bem. Bem demais, provavelmente pensam alguns de seus aliados.

- Setores do seu PMDB ainda devem ver nele o vereador que se elegeu em 2004 pelo PP - e trocou pelo PSDB por causa da disputa para a mesa diretora da Câmara e para apoiar Berger.

- Tucanos devem lembrar que ele deixou o partido há menos de seis meses por querer ser candidato a prefeito já em 2008.

Isso deve pesar na dificuldade que enfrenta para emplacar seu nome na Regional da Grande Florianópolis. Nesse caso a Santur ficaria na medida para que Marcílio tivesse alguma evidência, mas não a necessária para forçar uma candidatura própria em uma eleição que deve ser disputada entre Berger e Esperidião Amin (PP).

Marcílio planejou tudo. Só não contava com o fantasma de Amin obrigando PMDB, PSDB e PFL a andarem juntos também na Capital...

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Diga ao povo que vou

As disputas e composições para que Djalma Berger (PSDB) continue em Florianópolis começaram a virar motivo de piada nas rodas políticas locais. Já tem gente dizendo que se não emplacar no secretariado de Luiz Henrique, o deputado federal eleito pode voltar a ocupar a Secretaria de Obras na Prefeitura do irmão, Dário Berger (PSDB), na Capital. Questionado pelo repórter Daniel Cardoso, de A Nóticia, sobre essa possibilidade, o próprio Djalma riu e garantiu que não procede. Disse inclusive que teria pleiteado apenas a Secretaria da Infraestutura. Nesse caso, a ida de Djalma Berger para Brasília ficou definida com a recondução de Mauro Mariani (PMDB) para a cargo. É esperar pra ver...

Meio termo

Se a Secretaria Regional da Grande Florianópolis é indicação do PMDB e ao mesmo tempo o Prefeito Dário Berger (PSDB) quer emplacar um aliado próximo na pasta, alguém já sugeriu o nome do presidente da Câmara Municipal, Marcílio Ávila (PMDB)?

domingo, 26 de novembro de 2006

A disputa pela Regional

À frente das prefeituras da Capital e de São José, é mesmo natural que o PSDB cobice a Secretaria Regional da Grande Florianópolis - até por parecer ser a única forma de encaixar o deputado federal eleito Djalma Berger no colegiado do governador eleito Luiz Henrique (PMDB). Mas o pleito tucano não é tão simples, já que atualmente o PMDB comanda a regional e não tem a menor intenção de ceder o posto.

O titular da pasta durante o primeiro mandato de Luiz Henrique foi Valter Gallina (PMDB), que deixou de disputar uma vaga na Assembléia Legislativa para ser coordenador da campanha à reeleição do governador. Quem ocupa a secretaria no momento é o ex-prefeito de Antonio Carlos, Geraldo Pauli, também peemedebista.

Pelos serviços prestados, Gallina deve voltar a comandar a pasta. Perguntado sobre uma possível disputa com o PSDB, o peemedebista desconversa e diz que mais importate do que discutir cargos e nomes é aprofundar a parceria da regional com a prefeitura de Florianópolis. No entanto, tanto republicanismo esbarra na questão principal...

- Se o importante é aprofundar a parceria, o PMDB não se importa de ceder a titularidade da pasta para o PSDB?
- Não, o titular vai ser do PMDB - garantiu Gallina.

Não devo, nego, não pago...

Os mais de 126 mil votos conquistados por Djalma Berger (PSDB) na disputa pela Câmara Federal não parecem ter sido suficientes para despertar no irmão do prefeito da Capital o desejo de ir para Brasília. Finda a eleição, Dário e Djalma começaram a pressão para receber a poderosa Secretaria da Infraestrutura - que Luiz Henrique logo destinou para o também deputado federal eleito Mauro Mariani (PMDB) como forma de controlar a cobiça dos Berger.

Pelas colunas de bastidores da imprensa catarinense logo se soube que a decisão do governador eleito irritou profundamente o prefeito e o deputado. Dário teria até comentado que por sua formação - engenheiro - Djalma poderia ocupar apenas a pasta da infraestrutura. Conversando na Assembléia Legislativa com um tucano que gosta de demonstrar conhecimento dos bastidores do partido e da prefeitura, cheguei a comentar:

- Então o Djalma vai ter que ir para Brasília mesmo...
- Não - interrompeu o tucano, enfático - o Djalma vai para o secretariado.
- Mas a infraestrutura ele perdeu...
- Só sei que ele vai estar no secretariado. Não vai para Brasília.

Naquela semana o engenheiro Djalma e seu irmão prefeito começaram a demonstrar que a pasta do Turismo, Cultura e Esporte também seria satisfatória para ambos. Mais uma vez a pressão se deu por fora do âmbito partidário, o que deve ter desagradado os correligioários - que tendem a indicar Gilmar Knaesel (PSDB) para a pasta, que já ocupou no primeiro mandato de LHS. E aos irmãos Berger, o que caberia? Os tucanos vão tentar emplacar Djalma na Secretaria Regional da Grande Florianópolis - que pode resultar numa dobradinha perfeita com as prefeituras do PSDB na Capital e em São José, mas é politicamente ineficaz se a idéia dos Berger é estadualizar o nome pensando em 2010.

Dário quer disputar o Governo do Estado, mas o partido já tem no senador e vice-governador eleito Leonel Pavan (PSDB) um pré-candidato. E Luiz Henrique parece ter mais com que se preocupar do que contentar os Berger - até porque o apoio da família na região não foi suficiente para diminuir a vantagem que Esperidião Amin (PP) alcançou no segundo turno. A diferença a favor do pepista ficou em 44 mil votos em Florianópolis e em 17 mil em São José. Vale lembrar que em 2002 a diferença a favor de Amin na Capital foi menor – 35 mil votos – e que na época Dário era prefeito de São José, militava no PFL e apoiava a reeleição do progressista.

De calculadora na mão, ao que tudo indica, Luiz Henrique não se sente em dívida com os Berger. E Djalma Berger provavelmente vai ter que escolher entre a Regional ou sua vaga na Câmara de Deputados - vaga que disputou com tanto empenho e que lhe custou R$ 870 mil em recursos próprios, devidamente declarados, é claro.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Uma espada para LHS

Na movimentada sessão do TRE que absolveu Luiz Henrique das acusações de abuso de poder político e econômico - livrando o governador reeleito do fantasma da inelegibilidade - o anti-climax acabou sendo justamente a leitura do voto do juiz Marcio Luiz Fogaça Vicari, que foi a base para a absolvição. Vicari pediu vistas ao voto do relator José Trindade dos Santos, que na semana passada aceitou a representação dos partidos que apoiavam a candidatura da Esperidião Amin (PP) e pediu a condenação do eleito.

Depois de um hora de citações e jurisprudências e alguns pedidos de desculpas pela demora para a conclusão, Vicari afirmou que embora tenha havido uso indevido dos meios de comunicação em favor de LHS por parte dos jornais filiados à Adjori (Associação dos Jornais do Interior), não era possivel quatificar o quanto isso teria sido decisivo na vitória do peemedebista.

A sessão seguiu e a disputa estava em 3 a 2 a favor de Luiz Henrique quando chegou a hora do voto do juiz Jorge Antonio Maurique. Bem-humorado, ele acompanhou o voto de Vicari e garantiu a vitória dos governistas - mas não perdeu a chance de ironizar o colega ao elogiar.

- Seu voto foi como uma espada. Não por ser grande e chato, mas por ser cortante e preciso.

Futurologia aplicada

O engenharia da tríplice aliança em Florianópolis na eleição de 2008 teria Dário Berger (PSDB) candidato à reeleição, um peemedebista de vice e o PFL com a presidência da Câmara Municipal. O acerto valeria já para a eleição da mesa diretora do legislativo municipal que acontece em dezembro. Embora afague o candidatíssimo João da Bega (PMDB), o governador Luiz Henrique deseja que Dário apóie um pefelista - Ptolomeu Bittencourt e Jaime Tonello são os postulantes do partido. O PFL teria o direito de manter o cargo na próxima legislatura.

Nas projeções de Luiz Henrique - e ele é bom nisso -, Dário deixaria a prefeitura em 2010 e o PMDB herdaria a Prefeitura. Dário faria dupla com o próprio Luiz Henrique na disputa para o Senado, já que Pavan estaria no comando do Governo do Estado e buscaria a reeleição.

Nessa costura palaciana, os riscos maiores são do tucano Dário. A pujança da tríplice aliança na Capital pode acabar obrigando a oposição a lançar nome do único candidato considerado imbatível na cidade: Esperidião Amin.

Duas vezes derrotado por Luiz Henrique, o ex-governador pode ser o trunfo do PP para evitar a reeleição de Dário em 2008. Vale lembrar que Amin venceu Luiz Henrique na Capital com mais de 60% dos votos válidos. Se as conversas com o PT frutificarem durante o próximo ano é possível até imaginar um vice petista - que poderia assumir a prefeitura dois anos depois, no caso de Amin tentar o Governo mais ou vez ou o Senado.

sábado, 18 de novembro de 2006

Fatiando o poder

Dário Berger (PSDB) candidato à reeleição com um vice peemedebista (Blasi? Marcílio Ávila?). Está iniciada a construção da tríplice aliança em Florianópolis. Onde entraria o PFL nesse história? Luiz Henrique já sabe...

Enquadrando futuros dissidentes - um estudo de caso

A cada análise de resultado eleitoral se encontra o dedo de Luiz Henrique. Depois de três mandatos na Câmara Federal (o último como suplente), Édison Andrino apostou na eleição para a Assembléia Legislativa para impor seu nome como candidato a prefeito em 2008. Seria o principal empecilho ao desejo de Luiz Henrique de que o PMDB indique o vice na chapa de Dário Berger (PSDB), que disputará a reeleição. O governador ajudou a promover a multiplicação de candidatos em Florianópolis – entre eles Grando – e Andrino ficou a dois mil votos de se eleger. Como terceiro suplente do partido depende da composição do secretariado para assumir. Virou refém de Luiz Henrique.

Costuras de candidato derrotado

O ex-prefeito da Capital Sérgio Grando (PPS) esteve na Assembléia Legislativa na terça-feira. Não chegou a tempo de acompanhar a sessão, mas pôde encontrar alguns dos seus possíveis futuros colegas. Sim, porque apesar de ter somado apenas 9 mil votos Grando sonha em ocupar uma das cadeiras da Assembléia Legislativa na próxima legislatura.

Grando espera que o governador reeleito Luiz Henrique convoque o deputado reeleito Altair Guidi (PPS) para o secretariado e a vaga no parlamento caiba a ele, primeiro suplente do partido. Segundo um deputado que está se despedindo, esse seria o pagamento do governador ao bem sucedido trabalho de Grando como soldado do peemedebista na Capital: tirar votos de outros candidatos com base em Florianópolis, especialmente do correligionário – pero no mucho – Édison Andrino (PMDB). Também ex-prefeito, Andrino teve 16 mil votos apenas no município (totalizou 28 mil) – não suficientes para garantir uma vaga na Assembléia. Vaga que Grando pode ocupar com menos de um terço da votação conquistada pelo peemedebista.

terça-feira, 7 de novembro de 2006

PSB S.A

Lá no blog do Paulo Alceu, no espaço para comentários, alguém criticou o apoio do Sontag (e do PSB) ao Luiz Henrique no segundo turno. O próprio Sontag teria respondido. Se o texto é realmente do pessebista, é interessante perceber que o líder socialista catarinense ainda não conseguiu adequar o linguajar empresarial ao de militante partidário. Isso explica o trecho em que ele garante a liberdade de opinião dos filiados:

"No PSB qualquer funcionário tem liberdade para externar seus pontos de vista e agir de acordo com sua consciência"

Depois o pessoal do deputado Godinho diz que a Executiva do partido trabalha na EBV e o Sontag reclama. Ou será que "militante" e "funcionário" são sinônimos no socialismo quadrangular catarinense?

Ps. A reclamação do leitor e a resposta do Paulo Alceu estão separados nesse link aqui.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Prefeito decreta início do verão 2007

- Prefeito?
- Sim?
- Meu nome é Upiara, eu sou repórter do jornal A Notícia. O senhor pode falar agora?
- Você pode me ligar daqui a pouco? É que agora eu estou comprando uma bermuda...

Não existe conhecimento inútil

Parado em pé em frente à TV que divulgava os últimos números da apuração da disputa pelo Governo do Estado e cercado pelos jornalistas que esperavam por sua declaração oficial de reconhecimento de derrota, Esperidião Amin foi interpelado por um fiscal de sua campanha. Ele queria entregar ao "chefe" os boletins de urna na seção eleitoral do bairro Costeira do Pirajubaé. Amin observou os números e destacou a vitória de Lula na região - invertendo o resultado do primeiro turno, que favorecera Alckmin.

Minutos depois, o ex-governador afirmou que antes da entrevista queria falar pelo telefone com "alguém do PT" e com o vice Hugo Biehl. Falou primeiro com o José Fritsch e depois com a senadora Ideli Salvatti. Sem conhecer os números da disputa presidencial no Estado, Amin lembrou dos boletins de urna vistos pouco antes e pediu para a senadora transmitir um recado:

- Diga ao presidente Lula que nós viramos na Costeira do Pirajubaé!

Esperidião, um brizolista

Nem parecia que o resultado das urnas confirmava a derrota. O clima no comitê de campanha da candidatura de Esperidião Amin era quase de euforia. O candidato até fazia graça com os números que eram divulgados, lembrando Leonel Brizola e dizendo "ainda faltam as urnas da Rocinha". Depois, explicou:

- Em 86, naquela eleição que o PMDB elegeu todo mundo por causa do Plano Cruzado, o Moreira Franco estava ganhando no Rio e a gente queria reconhecer a derrota. Mas o Brizola dizia que ainda faltavam as urnas da Rocinha. Quando as urnas chegaram, o Moreira Franco ganhou lá também - explicou Amin, às gargalhadas.

No site de campanha de Amin havia uma entrevista em que o candidato afirmava ter se arrependido de não ter apoiado Brizola em 89, na eleição que elegeu Collor. O que não fazem quatro anos na UFSC...

Novos hábitos

A guinada à esquerda do PP catarinense parece estar sendo levada tão a sério que membros do partido em Florianópolis já pensam até mesmo em criar uma ONG. O nome dela seria "Vítimas do Ibope" e era um dos assuntos mais comentados no comitê da campanha enquanto era realizada a totalização dos votos.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

República de São José, 2

Vereador da base de apoio ao prefeito Dário Berger (PSDB) comenta alguns dos nomes especulados para recompor o secretariado, após as demissões:

- Ele vem de São José. Mas São José e Florianópolis já é tudo a mesma coisa...

domingo, 22 de outubro de 2006

Remendando a plumagem

Os demissionários Gean Loureiro e Rodolfo Pinto da Luz chegaram sorridentes ao comício cerca de uma hora antes dos convidados principais. O deputado estadual Jorginho Mello foi um dos primeiros a aparecer, enquanto Marcos Vieira só chegou junto com as estrelas da festa.

República de São José

Militantes tucanos de São José estiveram em peso no comício das campanhas de Geraldo Alckmin e Luiz Henrique, realizado na tarde de sábado no Clube Doze de Agosto, no Centro de Florianópolis. Inclusive, muitos funcionários da prefeitura da Capital encontraram ex-colegas que não cruzaram a ponte junto com Dário Berger – que chegou ao evento na mesma van que trazia Alckmin, Luiz Henrique e Aécio Neves. Ao prefeito da Capital coube fazer o primeiro discurso do ato, seguido pelo governador reeleito de Minas Gerais. Completaram a seqüência de discursos inflamados Luiz Henrique, Pavan – que apenas citou os números da pesquisa Ibope recém divulgada – e a estrela da festa, Geraldo Alckmin. Todos os discursos encerrados, começou a tocar a música da campanha de Luiz Henrique e o público começou a dispersar. Foi quando o locutor interrompeu a gravação para avisar que o prefeito de São José, Fernando Elias, também queria fazer o seu discurso. Com o povo ainda saindo, Elias conclamou os presentes a rezar um Pai Nosso – interrompido na metade por ele mesmo para esbravejar contra a falta de fé dos militantes:

- Vamos rezar, porra!

Finda a reza, Fernando Elias – que chegou sozinho ao evento meia hora antes da van das principais autoridades – teve a honra de encerrar o principal ato de campanha de Geraldo Alckmin em Santa Catarina.

ps. A van até que era grande. Na chegada deu pra ver saírem dela Alckmin, Luiz Henrique, Leonel Pavan, Raimundo Colombo, Aécio Neves, Dário Berger, Djalma Berger e Marcos Vieira - além de pelo menos mais seis pessoas.

Os ciganos e os incoerentes

Na coletiva de sexta-feira, Tarso Genro comparou o tratamento recebido pelos petistas na mídia ao dispensado aos ciganos na Idade Média. Reclamava das manchetes dos jornais que generalizavam o termo "petista" em vez de citar os nomes dos envolvidos.

- A criminalização de uma comunidade indeterminada é uma técnica medieval do Direito. É o que foi feito com os ciganos, para não se usar o exemplo mais clássico. Isso não se faz mais no direito moderno e não deveria se fazer na política moderna também.

Ele aproveitou para alfinetar o senador Jorge Bornhausen (PFL), o homem a ser derrotado pelo partido em Santa Catarina.

- É um político em fim de carreira, sem mais comprometimento nenhum com coerência. Não teve coragem de se candidatar este ano e está perdendo a liderança no PFL para pessoas como o governador Cláudio Lembo, um conservador republicano, que não se nega a conversar com os adversários. O senador Bornhausen representa o ódio sectário de quem tem coragem de se referir aum adversário como "essa raça". Isso não nos atinge.

A coerência que Tarso não vê em Bornhausen é a de pedir o mesmo rigor e pressa na investigação do Dossiê Vedoin para o caso do dinheiro encontrado com o ex-assessor da Secretaria Estadual da Fazenda, Aldo Hey Neto.

O profeta

Para todo jornalista que puxava conversa nos minutos que antecederam a entrevista coletiva do ministro Tarso Genro, na sexta-feira, o deputado Carlito Mers (PT) não cansava de lembrar uma conversa que teve com Esperidião Amin há dez anos.

- Eu disse pra ele. Quando você se livrar do Jorge [Bornhausen], a gente vai conversar.

O deputado reeleito também lembrava que advertiu dos perigos de apoiar Luiz Henrique no segundo turno da eleição passada. Na época, as outras lideranças do PT catarinense (Ideli Salvatti, Fritsch, Milton Mendes) disseram que Carlito não devia colocar rivalidades regionais na frente do interesse estadual.
 
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