quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sinais de vida

No final de semana, o ex-governador Esperidião Amin (PP) enviou um artigo para diversos colunistas em que utiliza os dados da última projeção populacional do IBGE para criticar o governo de Luiz Henrique da Silveira, que o derrotou em 2002 e 2006.

A relação é clara. Se o principal mote das campanhas do peemedebista foi a descentralização administrativa, que ajudaria a evitar o êxodo da população das cidades do interior para o litoral, porque os números do IBGE, depois de seis anos de governo LHS, apontam o aumento das população das cidades litorâneas?

O ex-governador se mostra afiado ao relembrar a promessa feita por LHS de acabar com a "ambulancioterapia" - palavra mágica criada pelo marketing da campanha peemedebista em 2002 para denominar a prática de trazer doentes do interior para serem tratados em hospitais da Capital. Segundo Amin, a única mudança foi a compra de ambulâncias maiores e mais potentes.

É do jogo político buscar esse tipo de contradição. Mas uma coisa precisa ficar clara. Amin não perdeu o governo do Estado por causa do Plano 15, das promessas de descentralização admistrativa. É dar importância demais ao marketeiro.

Amin perdeu a eleição em que concorreu à reeleição por salto alto no primeiro turno, quando todos apostaram as fichas em uma tranqüila vitória no primeiro turno. No segundo turno, perdeu para Joinville e para o PT. A força de Luiz Henrique em sua base era mais do que evidente, mas seria naturalmente compensada pela igual penetração de Amin na Grande Florianópolis. A diferença foi o apoio ostensivo dos petistas naquele segundo turno, a bordo da onda Lula.

Os petistas conseguiram diminuir a vantagem natural que Amin teria no eleitorado da Capital, fazendo com que Joinville fizesse a diferença em favor de LHS. Não se pode esquecer que a diferença de votos foi de apenas 20 mil.

Eleito LHS, aí sim a descentralização administrativa entrou em campo eleitoralmente. A conjugação da forte divulgação publicitária e a criação das estruturas próximas da população foi vital nas eleições de 2006. Sem ela, talvez Luiz Henrique não tivesse conseguido concretizar a tríplice aliança com PSDB e PFL que lhe garantiu o segundo mandato. Mesmo com o apoio do PT e a forte votação que Amin recebeu na Grande Florianópolis.

Cobrar agora os resultados da deslitorização prometida com base nos números do IBGE, já disse, é do jogo político. Mas soa como dor-de-cotovelo e tentativa de se manter em evidência em período eleitoral. O que também é do jogo político e sinaliza - no mínimo - que os Amin não vão ficar passivamente fora do tabuleiro em 2010. É a vez de Ângela.
 
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