sexta-feira, 1 de junho de 2007

Menos, Alesc, menos...

A megalomania bate à porta da Assembléia Legislativa. Na semana passada foi o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB) que partiu para Belo Horizonte para participar de um encontro de parlamentos estaduais levando o convite da bancada peemedebista de Santa Catarina para o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) se filiar ao partido para concorrer à Presidência da República em 2010. Mineiro, Aécio deve ter prometido a Peninha pensar com carinho na possibilidade.

Na sessão de quarta-feira, foi a vez do oposicionista Kennedy Nunes (PP) levar a plenário uma moção que tornava o presidente venezuelano Hugo Chavez “persona non grata” em Santa Catarina. O motivo seria a não renovação da concessão da emissora de televisão líder de audiência RCTV, crítica feroz do regime chavista. Na verdade, apenas mais combustível para a nova mania do parlamentar pepista, que é comparar os métodos do venezuelano com os do governador catarinense Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

Tudo poderia ser apenas um chiste, se um plenário desinteressado e vazio não tivesse aprovado a moção, que agora será encaminhada à Embaixada da Venezuela em Brasília. O curioso é que durante a votação da moção, nem Kennedy Nunes estava presente. Naquele momento, as bancadas do PP, do PT e a deputada Odete de Jesus (PRB) anunciavam em entrevista coletiva que entrariam na Justiça contra alguns pontos da reforma administrativa aprovada em abril.

Além da ausência dos 13 oposicionistas, não estavam presentes os líderes de três partidos da base aliada (Manoel Mota do PMDB, Gelson Merísio do DEM e Sargento Soares do PDT), o do governo (João Henrique Blasi) e nem o próprio presidente da Assembléia, deputado Júlio Garcia (DEM). Ou seja, sem a manifestação de toda a bancada oposicionista e de boa parte dos expoentes governistas, o plenário decidiu que o chefe de estado de um país vizinho não é bem-vindo em Santa Catarina. Efeito prático? Nenhum. Só a deselegância e o despropósito, já que mesmo os parlamentares mais antigos não se recordam de outra “persona non grata” aprovada pela Alesc.

Às vezes nossos nobres parlamentares se portam como a Mafalda, famosa personagem do cartunista argentino Quino, que em determinados momentos subia em seu banquinho para gritar pela paz mundial.

 
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