terça-feira, 21 de novembro de 2006

Uma espada para LHS

Na movimentada sessão do TRE que absolveu Luiz Henrique das acusações de abuso de poder político e econômico - livrando o governador reeleito do fantasma da inelegibilidade - o anti-climax acabou sendo justamente a leitura do voto do juiz Marcio Luiz Fogaça Vicari, que foi a base para a absolvição. Vicari pediu vistas ao voto do relator José Trindade dos Santos, que na semana passada aceitou a representação dos partidos que apoiavam a candidatura da Esperidião Amin (PP) e pediu a condenação do eleito.

Depois de um hora de citações e jurisprudências e alguns pedidos de desculpas pela demora para a conclusão, Vicari afirmou que embora tenha havido uso indevido dos meios de comunicação em favor de LHS por parte dos jornais filiados à Adjori (Associação dos Jornais do Interior), não era possivel quatificar o quanto isso teria sido decisivo na vitória do peemedebista.

A sessão seguiu e a disputa estava em 3 a 2 a favor de Luiz Henrique quando chegou a hora do voto do juiz Jorge Antonio Maurique. Bem-humorado, ele acompanhou o voto de Vicari e garantiu a vitória dos governistas - mas não perdeu a chance de ironizar o colega ao elogiar.

- Seu voto foi como uma espada. Não por ser grande e chato, mas por ser cortante e preciso.

Futurologia aplicada

O engenharia da tríplice aliança em Florianópolis na eleição de 2008 teria Dário Berger (PSDB) candidato à reeleição, um peemedebista de vice e o PFL com a presidência da Câmara Municipal. O acerto valeria já para a eleição da mesa diretora do legislativo municipal que acontece em dezembro. Embora afague o candidatíssimo João da Bega (PMDB), o governador Luiz Henrique deseja que Dário apóie um pefelista - Ptolomeu Bittencourt e Jaime Tonello são os postulantes do partido. O PFL teria o direito de manter o cargo na próxima legislatura.

Nas projeções de Luiz Henrique - e ele é bom nisso -, Dário deixaria a prefeitura em 2010 e o PMDB herdaria a Prefeitura. Dário faria dupla com o próprio Luiz Henrique na disputa para o Senado, já que Pavan estaria no comando do Governo do Estado e buscaria a reeleição.

Nessa costura palaciana, os riscos maiores são do tucano Dário. A pujança da tríplice aliança na Capital pode acabar obrigando a oposição a lançar nome do único candidato considerado imbatível na cidade: Esperidião Amin.

Duas vezes derrotado por Luiz Henrique, o ex-governador pode ser o trunfo do PP para evitar a reeleição de Dário em 2008. Vale lembrar que Amin venceu Luiz Henrique na Capital com mais de 60% dos votos válidos. Se as conversas com o PT frutificarem durante o próximo ano é possível até imaginar um vice petista - que poderia assumir a prefeitura dois anos depois, no caso de Amin tentar o Governo mais ou vez ou o Senado.
 
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