sábado, 28 de junho de 2008

Um ano e oito meses depois, o acerto

O candidato a vice na chapa de Esperidião Amin (Pp) à prefeitura da Capital deve ser o sociólogo Paulo Renato de Souza, do Ptb. Pelo menos é o que dizem um ou outro colunista político em seus blogs. A confirmação do petebista consolida uma aliança que poderia ter acontecido no segundo turno das eleições para o governo do estado, em 2006.

Na época, com Luiz Henrique e Amin ainda no páreo, Antônio Carlos Sontag, quarto colocado na disputa, foi o último candidato a definir quem apoiaria no segundo turno. Valorizou o passe - conversou com o pepista e o peemedebista antes de finalmente apontar seu apoio a LHS. Não tardou para que a coordenação de campanha de Amin divulgasse uma nota um tanto contrangedora contendo a relação de cargos pedidos por Sontag para apoiar o oposicionista (clique na imagem para ampliar).

Sontag negou os pedidos, que incluiam uma secretaria de Estado (a definir), cargos no Detran, Inmetro e a diretoria financeira da Celesc. Mas não faltou gente dentro da campanha do empresário admitindo a escolha por LHS ter se devido à idéia de que embora cheio, o "ônibus" do peemedebista tinha mais gasolina. E, assim, morreu na casca o apoio de Sontag a Amin, Luiz Henrique se reelegeu e etc. Provavelmente se reelegeria de qualquer forma.

O que mudou em um ano e oito meses para Sontag e Amin acertarem os ponteiros e garantirem a aliança dos dois partidos não só na Capital, mas também em Joinville? O acerto na maior cidade do estado, inclusive, com intervenção direta de Sontag, já que o partido (e toda a Igreja Quadrangular) já estava fechado com Darci de Matos (Dem).

Bom. Se a lista de pedidos feita a Amin em 2006 era legítima, nunca vamos saber. Mas um dos cargos relacionados nela relacionados foi pedido a LHS em troca do apoio: a diretoria financeira da Celesc. O indicado de Sontag seria o Ênio Branco, mas o empresário acabou perdendo a disputa para Júlio Garcia (Dem), que conseguiu emplacar uma indicação.

Sontag perdeu também a sigla que controlava o estado, o PSB. Foi pego de supresa com a filiação do deputado federal Djalma Berger (então PSDB) logo no começo de 2007. Berger ganhou a franquia do PSB em Santa Catarina e deixou bem claro não tinha espaço dentro dela para o concorrente - sempre lembrando que os Berger são donos da Casvig e Sontag responde pela EBV.

Sobrou ao empresário gaúcho radicado em Florianópolis buscar abrigo no PTB do deputado Narcizo Parizotto, que já o tinha apoiado em 2006. O deputado deixou a Sontag o cargo de presidente estadual da sigla.

Agora é a hora do troco. Será que dessa vez, na lista apresentada a Amin o único pedido era "vingança". Em 2009, saberemos.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Enquanto isso, na cidade dos príncipes...

São mais de seis meses de flerte, mas eu e a política joinvilense ainda estamos apenas nos conhecendo. Fui transferido da sucursal de Florianópolis para a sede do A Notícia em dezembro, mas no começo continuei cobrindo mais as questões estaduais - mesmo à distância. Essa rotina era interrompida por uma ou outra questão judicial envolvendo a prefeitura. Como aqui o Ministério Público tem um bocado de ações contra o Tebaldi, não foi pouca coisa.

Só comecei mesmo a mergulhar na política joinvilense após a reforma do jornal, quando acabou o caderno AN Cidade e a cobertura política local foi incorporada pela editoria de... política. Isso foi em abril, em um momento em que este blog ficou um tanto às moscas. Por isso, nenhuma história de Joinville apareceu aqui.

Não foi por falta de merecimento, admito. A eleição municipal em Joinville tem tudo para ser tão divertida quanto à da Capital. Não teremos Dário Berger (Pmdb) e Esperidião Amin (Pp) querendo um o fígado do outro, nem o sorriso de Angela Albino (Pcdob). Mas existem compensações.

Temos alguns meses para descobrir se o "forasteiro" Mauro Mariani (Pmdb) vai decolar, se o Carlito Merss (Pt) consegue colher só os louros do governo Lula ou se os desgates vem junto e, claro, a grande pergunta: por que diabos o Luiz Henrique não quis apoiar o Darci de Matos (Dem) se era a forma mais fácil de manter a tríplice aliança em sua base eleitoral.

Até segunda todos os nomes estarão na mesa e a campanha começa para valer. Porque, até agora, a única coisa em discussão parece ser o passe do Dr. Xuxo (Pps).

Glossário:

- forasteiro: Duas vezes prefeito de Rio Negrinho e deputado federal mais votado do Pmdb na última eleição, Mariani transferiu o título este ano para Joinville. É a grande aposta de LHS para as eleições municipais e por isso veio de mala e cuia para a cidade, comprou um celular 47 e é um dos mais assíduos jogadores de dominó da praça Nereu Ramos. Mas as más línguas dizem que ele não sabe onde fica o bairro Boa Vista.

- desgastes: Carlito parte para a quinta tentativa de conquistar a prefeitura joinvilense e a grande novidade de 2008 é a impressão de que dessa vez ele tem chance. Vai tentar colar seu nome nas ações do governo federal em Joinville, como a implantação do campus da UFSC - e ter a missão ingrata de defender a CPMF nos debates.

- manter a tríplice: Darci conta com o apoio do PSDB de Tebaldi e tinha certeza de que o PMDB, sem nome forte para a disputa, cairia no seu colo. Só não contava com a vaidade de LHS, que resolveu mostrar pro mundo todo que em Joinville elege até poste. Mesmo assim, segue favorito.

- Dr. Xuxo: É o apelido de José Aluizio Vieira, presidente da Fundação Pro-Rim. Quando foi lançado pelo Pps como pré-candidato, todo mundo sabia que o acerto era ele ser o vice do Mariani, na impossibilidade do irmão dele, o suplente de deputado federal Antonio Carlos Vieira, deixar o Dem e se filiar ao Pps para ocupar o posto. Mas quando Xuxo viu nas pesquisas que tinha mais intenções de voto que o peemedebista, relembrou o antigo hit do Kid Abelha e se perguntou: "por que não eu?". É a incógnita da eleição até agora.
 
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