domingo, 29 de julho de 2007

Antecipando 2008

Se todos os postulantes botarem o bloco na rua no ano que vem, Florianópolis vai viver uma campanha eleitoral inesquecível. Enquanto um representante do casal Amin (hoje seria a ex-prefeita Angela) e o prefeito Dário Berger vão trocar acusações sobre quem fez mais mal à cidade, Angela Albino e Cesar Souza Jr. vão tentar emplacar a tese da renovação. Sem renovação, mas tentando aplicar o discurso do "não tenho nada a ver com essa bandalheira", poderemos ter o ex-prefeito e ex-deputado Edison Andrino e o ex-vice-prefeito e ex-deputado Afrânio Boppré. Nos lados petistas, o ex-deputado Mauro Passos é o preferido da senadora Ideli Salvatti. É material suficiente para uma briga de foice no primeiro turno e muitos afagos, conchavos e alianças inesperadas no segundo. Se é que existe algo inesperado em política catarinense depois que Luiz Henrique da Silveira e Esperidião Amin bagunçaram o mapa ideológico do Estado em 2006.

A operação Moeda Verde antecipou o debate eleitoral em alguns meses. Esse é o gancho da matéria que assino na edição de hoje do AN Capital. Essa parece ter sido a saída encontrada por Dário Berger na hora de dar explicações sobre as suspeitas licenças ambientais concecidas e o suposto favorecimento a Marcondes de Mattos na elaboração da Lei dos Hotéis - colocar a culpa na gestão de Angela Amin e no modelo que herdou. Angela não deixa sem resposta, diz que
o grampeado foi Berger e que aceita qualquer julgamento, menos os que vierem da boca do prefeito. Afirma que não queria ser candidata, mas que após a operação da PF "quem ama a cidade deve colocar o nome à disposição". Essa frase, somada à disposição para atender o celular durante uma viagem a Brusque só podem significar a busca pelo terceiro mandato. Outro indício está contido nos elogios a seu ex-secretário de Obras, Chico Assis, que assumiu a presidência do diretório municipal do PP.

- Ele é imbatível na condução de uma campanha. Nas duas vezes em que fui candidata, ele era o presidente do diretório.

Já Dário Berger tem uma questão burocrática para definir até o final de setembro. Ele precisa decidir se seus eleitores vão digitar 15 ou 45 na urna eletrônica. A filiação do prefeito, apesar dos escândalos, é encarada pelo presidente estadual do PMDB (15), Eduardo Pinho Moreira, como única forma de encarar o casal Amin numa disputa eleitoral. A outra alternativa viável seria o ex-prefeito Edison Andrino, mas ele sofre resistência por parte do governo LHS, que não o considerou engajado suficientemente em 2006. Como castigo, ficou à margem do governo mesmo sendo o terceiro suplente na Assembléia Legislativa (e o governador deu um jeito para o primeiro e o segundo assumirem a vaga na AL e para o quarto e o quinto entrarem no secretariado). Mas Andrino é também o principal empecilho à filiação de Dário, pela força que ainda tem no diretório e a disposição de ser candidato. Assim, a filiação do prefeito deve cheirar a intervenção e resultar em debandada liderada por Andrino. A dificuldade é vislumbrar a próxima morada do ex-prefeito, que recebeu sondagens do PPS e do PSB (este, antes de ser encampado pelo deputado Djalma Berger, irmão de Dário). E crescem as chances de Dário ficar no PSDB, apesar dos recados dados pelo presidente estadual do partido Dalírio Beber e o vice-governador Leonel Pavan para que ele decida logo seu futuro político. Traduzindo: pique a mula.

Eu ia falar da Angela Albino nesse post. Mas como ela é disparada a campeã nas buscas dos leitores que chegam a este blog via google, merece um post à parte.
 
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