segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Enquanto isso

No último sábado o Canto do Rio perdeu por 3 a 2 para o Show de Esportes. Canto do Rio é a equipe do Ribeirão da Ilha que é o atual campeão da liga florianopolitana de futebol amador. O Show dos Esportes é do sul do Estado - a imprecisão é culpa da dificuldade de apurar coisas bem simples quando se trata de futebol amador (no caso, há dúvida se a equipe é de Tubarão ou Capivari de Baixo). Eles disputavam a primeira partida da semi-final do campeonato estadual amador, que é uma espécie de "mundial interclubes" da várzea catarinense. As coisas ficaram complicadas para o Canto do Rio, que vai precisar vencer o Show de Esportes fora de casa. Trabalho duro para a equipe do goleiro Sarrafo e do artilheiro Nandinho.

O curioso da partida foi a maior presença de torcedores visitantes do que da equipe da casa. A chuva manteve o pessoal do Ribeirão longe do campo, mas não assustou os cerca de 50 torcedores tubaranonenses (digamos que sejam) que vieram de microônibus e sete carros. "Com a chuva só vem quem é torcedor mesmo", lamentava uma cantoriense, mãe de um dos atletas, com muita ênfase no 'mesmo'. "A gente já veio aqui, foi ver jogo em São José, até em Itapiranga", contava vantagem o dirigente do Show de Esportes. No sábado as duas equipes voltam a se enfrentar, no sul do estado (seja onde for).

O que isso tem a ver com política? Nada. É que o repórter u passou o plantão de sábado na chuva, cobrindo um jogo de futebol amador e lembrou que existem coisas que mexem muito mais com a vida das pessoas do que os deputados Ponticelli e Manoel Mota discutindo em plenário da Assembléia Legislativa ou a ida do Dário Berger para o PMDB.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Eu também quero votar

A Assembléia Legislativa não perdeu a chance de votar a prorrogação da CPMF. O tema agita o Congresso Nacional e o noticiário, então os nossos deputados mobilizaram suas bancadas governistas e oposicionistas (bastante remodeladas) para a votação - que lembrou aquelas eleições de brincadeirinha das escolas primárias. Na verdade, o que foi posto em votação na terça-feira foi uma moção do deputado Gélson Merísio (DEM) de apoio ao relatório da senadora Kátia Abreu (DEM), que pede a extinção do tributo.

Atento, o deputado Pedro Uczai (PT) pediu a palavra para relembrar que apesar de adversários no estado, PT, PMDB e PP fazem parte da base aliada ao governo federal e deveriam se manifestar. Mais parlamentares discursaram, entre eles o Nilson Gonçalves (PSDB) - que se revelou o mais ardoroso defensor do imposto. "Querem acabar com a CPMF agora que ela está indo para quem precisa?", questionou o deputado, em referência aos programas sociais abastecidos por essa verba. Foi pedido voto aberto, que resultou em um empate.

Com o voto de minerva, o presidente da AL, deputado Júlio Garcia (DEM) desempatou, aprovando a moção. Não sem antes relembrar o episódio em que desempatou a favor do PT o resultado da moção que apoiava Emir Sader, condenado a um ano de prisão em regime aberto por um artigo em que criticava o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM). Uma boa lembrança de que, em se tratando de PFL, um dia a fatura vem. Mesmo em assuntos tão inócuos quanto moções de apoio ou repúdio.

Pronto pra briga

O Golf branco do ex-governador Esperidião Amin (PP) traz três adesivos no vidro traseiro. No canto superior esquerdo, o número 11 do PP visivelmente recortado de um adesivo que sobrou da campanha eleitoral do ano passado. Abaixo, colado por cima do 11, um adeviso verde escrito: cidade limpa. Começou a campanha eleitoral para a prefeitura da Capital.

Ah... o terceiro adesivo, no canto inferior direito, era um distintivo do Avaí.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Recesso

Peço desculpas pelo silêncio do blog, principalmente nesse momento de alvoroço causado pelo vazamento da lista dos indiciados da Operação Moeda Verde. Mas estou de férias e aqui em Porto Alegre a única coisa que me cabe é acompanhar a cobertura dos colegas. Os pitacos ficam para novembro. Até lá.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O Besc é do Brasil... até quando?

Na sexta-feira o presidente Lula volta a Santa Catarina cinco meses depois de inagurar a sede dos correios em São José e fazer um bocado de gente ganhar uma boa grana na bolsa com a declaração de que o "Banco do Brasil vai comprar o Besc". Ele vem justamente para assinar os contratos que vão garantir a incorporação do banco federal/estadual ao banco federal e - de quebra - R$ 600 milhões para o necessitado caixa catarinense.

Eu juro que não aguento fazer mais nenhum infográfico sobre essa história. São cinco meses de idas e vindas da equipe técnica da Fazenda e do Secretário Ivo Carminati a Brasília para completar essa negociação. Por sorte, os catarineses não levaram muito a sério o tal termo de confidenciabilidade que até o motorista da Secretaria de Articulação Nacional foi obrigado a assinar e a imprensa teve acesso a todas as dificuldades do negócio - na visão dos catarineses. Em Brasília, nem um piu. Cinco meses depois, a previsão de Carminati foi cumprida ao pé da letra: "Só alegria, seu Upiara".

O fim da negociação vai ser transformado no primeiro ato da candidatura de Ideli Salvatti ao governo do Estado, mas Luiz Henrique e sua trupe estarão por lá em busca dos seus dividendos - monetários e políticos. A grande questão é saber até quando o BB vai brincar de ter um banco estadual. Pelo contrato que vai ser assinado, a marca continua existindo enquanto o banco tiver a exclusividade na conta salário do funcionalismo estadual, que será mantida na instituição por mais seis anos. Depois disso, dependeria dos futuros leilões das contas. Mas como a partir de 2011 os servidores públicos terão direito a escolher onde receber seus vencimentos, a tendência é que interesse do BB por manter essa contas diminua.

Palpite: um Besc forte e atuante até janeiro de 2011. Com alguma sobrevida em um possível governo Ideli com um petista na presidência da República.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Por dentro do poder

"Parece que tem um sapo enterrado em mim"

Prefeito catarinense, procurando explicações para a onda de azar que sofre desde 3 de maio de 2007, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Moeda Verde.

O dia do blogueiro e o lançamento do +D1

Um post sem política no meio. Hoje é o dia em que se comemora o Blog Day e por isso todo blogueiro que se preze deve recomendar visitas a cinco colegas. Inspirado nesse dia, hoje estréia o site +D1, que reune o conteúdo de diversos blogs catarinenses. O reporter u foi convidado a participar do projeto e espera conseguir manter o blog tão atualizado quando o dos colegas. O link está no banner à direita.

Os meus indicados do blog day são:

Onde a coruja dorme - Louco por estatístiscas, o jornalista Felipe Silva tenta transformar o futebol em uma ciência exata. Além dos números, o blog tem um sensacional arquivo de jogos da história do futebol mundial - a memória do rapaz.

A política como ela é - Também conhecido como "blog do Vierão", o site do ex-deputado e ex-secretário da Fazenda Antonio Carlos Vieira (PP) é incisivo nas críticas aos governos estadual e da Capital. Apesar do viés partidário, o pepista sempre traz boas análises e informações de bastidor. Além de esmiuçar toda e qualquer denúncia contra LHS ou Dário Berger. É uma pena que não existe em Santa Catarina um político governista com um blog que faça o mesmo tipo de análise.

Daniel Piza - O jornalista do Estadão se divide em política, cultura e futebol e consegue manter a coerência. O melhor dos blogs hospedados pelo portal do Estadão. Sim, o Estadão tem blogs em seu site.

Carlos Damião - O blog do jornalista catarinense trata de diversos assuntos, geralmente com foco em Florianópolis. O ponto forte é justamente a memória da cidade, em fotos antigas e velhas histórias.

Gymnopedies - Blog dedidica a música e literatura.O autor é o catarinense radicado em São Paulo, Jonas Lopes.

domingo, 12 de agosto de 2007

O roubo da bola

A Assembléia Legislativa aprovou na primeira sessão do segundo semestre um projeto que regulariza a situação de mais de cem donos de cartório nomeados sem concurso público entre 1988 e 1994 que corriam o risco de perder as vagas, já declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. O projeto tramitou sem alarde como resposta ao concurso em andamento que preencheria essas vagas, entre outras. A lei não só protege os cartório irregulares, como obriga editais em andamento a se sujeitarem às novas regras.

A lei contraria a Constituição e uma lei federal. Se for sancionada pelo governador Luiz Henrique, vai sofrer Ação Direta de Inconstitucionalidade. Mas o estrago já vai estar feito e a briga vai para a Justiça. Enquanto isso os cartórios seguem como estão.

Se fosse um jogo de futebol, a lei seria o equivalente a entrar em campo e roubar a bola. Mas ela não teve votos contrários e deve ser sancionada por LHS. Devem ser registradas as abstenções do petista Dirceu Dresch e de João Henrique Blasi, o líder do governo. Blasi disse que não tinha certeza da constitucionalidade da lei. Se for confirmado no TJ, ele não deve mais passar por esse tipo de constrangimento.

Minha matéria sobre a lei foi publicada na edição de domingo do A Notícia. Hoje, a lei deve ser sancionada pelo governador.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A oposição entra na festa

Um dos exemplos mais usados para demostrar a força da coligação que reelegeu Luiz Henrique da Silveira em 2006 era o de que a eleição de 27 dos 40 deputados da Assembléia Legislativa impedia até mesmo a criação de uma CPI. As urnas garantiram aos oposicionistas apenas 13 deputados e o requerimento precisa de 14 assinaturas. A tese foi literalmente por água abaixo na quarta-feira, quando uma briga por cargos na região de Criciúma levou o deputado Clésio Salvaro (PSDB) e assinar o requerimento da oposição e permitir a instalação da CPI que vai investigar a Casan.

Se o estopim foi o fato de Salvaro não ter emplacado o diretor da estatal em Criciúma, os desdobramentos são incalculáveis. O fato determinado a ser investigado é a suposta troca de votos por obras da Casan em três localidades nos municípios de Taió e Rio do Canto, que teria favorecido a deputada Ada de Luca (PMDB), mulher do presidente da companhia, Walmor de Luca.

Salvaro e os De Luca disputam a mesma base em Criciúma, o que levou a indicação do tucano a ser preterida por um nome respaldado pelo PMDB do município - leia-se Eduardo Pinho Moreira (PMDB), adversário e desafeto de Salvaro. Com a mesma assinatura, o tucano se vinga por ter sido preterido e cria a possibilidade de desgastar o grupo político rival nas eleições de 2008. De quebra, passa a ser visto com outros olhos pelo PP, que poderia apoiar sua candidatura.
Mesmo com minoria na composição da CPI, a oposição vai ter espaço para fazer muito barulho. Ponticelli já tem afirmado que a suposta compra de votos é só o estopim. Quer mesmo é saber se os balanços da Casan estão maquiados e porque a estatal tem encontrado dificuldades para renovar a concessão dos serviços com os municípios.

- Queremos conhecer a Casan por dentro -, afirma o pepista.
Walmor de Luca responde, em um misto de deboche e desafio.
- Eles vão ter que fazer muito buraco para conferir os 1.750 mil metros de canos que instalamos em todo o Estado.

Vai ser divertido.

A CPI em frases

"Eu tenho o maior respeito pelo dr. Walmor. Ele foi o meu primeiro voto, em 1982"
Clésio Salvaro

"O Walmor administra a Casan comos se fosse o dono, como se ele não fizesse parte de um governo"
Clésio Salvaro, 3 minutos depois

"Existia uma indicação do deputado Salvaro e outra, respaldada pelo Ronaldo Benedet (PMDB), pela Ada de Luca (PMDB) e o prefeito de Criciúma. Como que eu não ouço a base?"
Walmor de Luca, governista dedicado

"Se eu fosse o dono da Casan, estaria muito bem"
Walmor de Luca, mantendo o bom humor

"Mas é claro que obra dá voto. O voto é reconhecimento e isso é a base da democracia"
Walmor de Luca, teorizando

"O teu marido também te ajudaria"
Ada de Luca, em resposta à repórter que perguntou se Walmor ajudou na campanha

"É uma questão paroquial que se expandiu"
João Henrique Blasi, louco por uma toga

É puro carisma

A primeira reação da deputada Ada Luca (PMDB) frente aos repórteres que a questionavam sobre a suposta troca de votos em por obras da Casan - comandada pelo marido Walmor de Luca - no município de Rio do Canto foi a seguinte frase:

- Eu nem sei onde fica Rio do Canto!

O interessante é que sem ter a menor idéia de onde fica Rio do Canto, Ada de Luca recebeu lá 275 votos. Parece pouco, mas é mais de 6% da população do município. Como não fica bem uma deputada estadual dizer publicamente que não conhece a geografia catarinense, fica aqui a contribuição do blog: deputada Ada, Rio do Canto fica no Alto Vale do Itajaí, ali do lado de Taió - onde a senhora recebeu 144 votos.

domingo, 29 de julho de 2007

Antecipando 2008

Se todos os postulantes botarem o bloco na rua no ano que vem, Florianópolis vai viver uma campanha eleitoral inesquecível. Enquanto um representante do casal Amin (hoje seria a ex-prefeita Angela) e o prefeito Dário Berger vão trocar acusações sobre quem fez mais mal à cidade, Angela Albino e Cesar Souza Jr. vão tentar emplacar a tese da renovação. Sem renovação, mas tentando aplicar o discurso do "não tenho nada a ver com essa bandalheira", poderemos ter o ex-prefeito e ex-deputado Edison Andrino e o ex-vice-prefeito e ex-deputado Afrânio Boppré. Nos lados petistas, o ex-deputado Mauro Passos é o preferido da senadora Ideli Salvatti. É material suficiente para uma briga de foice no primeiro turno e muitos afagos, conchavos e alianças inesperadas no segundo. Se é que existe algo inesperado em política catarinense depois que Luiz Henrique da Silveira e Esperidião Amin bagunçaram o mapa ideológico do Estado em 2006.

A operação Moeda Verde antecipou o debate eleitoral em alguns meses. Esse é o gancho da matéria que assino na edição de hoje do AN Capital. Essa parece ter sido a saída encontrada por Dário Berger na hora de dar explicações sobre as suspeitas licenças ambientais concecidas e o suposto favorecimento a Marcondes de Mattos na elaboração da Lei dos Hotéis - colocar a culpa na gestão de Angela Amin e no modelo que herdou. Angela não deixa sem resposta, diz que
o grampeado foi Berger e que aceita qualquer julgamento, menos os que vierem da boca do prefeito. Afirma que não queria ser candidata, mas que após a operação da PF "quem ama a cidade deve colocar o nome à disposição". Essa frase, somada à disposição para atender o celular durante uma viagem a Brusque só podem significar a busca pelo terceiro mandato. Outro indício está contido nos elogios a seu ex-secretário de Obras, Chico Assis, que assumiu a presidência do diretório municipal do PP.

- Ele é imbatível na condução de uma campanha. Nas duas vezes em que fui candidata, ele era o presidente do diretório.

Já Dário Berger tem uma questão burocrática para definir até o final de setembro. Ele precisa decidir se seus eleitores vão digitar 15 ou 45 na urna eletrônica. A filiação do prefeito, apesar dos escândalos, é encarada pelo presidente estadual do PMDB (15), Eduardo Pinho Moreira, como única forma de encarar o casal Amin numa disputa eleitoral. A outra alternativa viável seria o ex-prefeito Edison Andrino, mas ele sofre resistência por parte do governo LHS, que não o considerou engajado suficientemente em 2006. Como castigo, ficou à margem do governo mesmo sendo o terceiro suplente na Assembléia Legislativa (e o governador deu um jeito para o primeiro e o segundo assumirem a vaga na AL e para o quarto e o quinto entrarem no secretariado). Mas Andrino é também o principal empecilho à filiação de Dário, pela força que ainda tem no diretório e a disposição de ser candidato. Assim, a filiação do prefeito deve cheirar a intervenção e resultar em debandada liderada por Andrino. A dificuldade é vislumbrar a próxima morada do ex-prefeito, que recebeu sondagens do PPS e do PSB (este, antes de ser encampado pelo deputado Djalma Berger, irmão de Dário). E crescem as chances de Dário ficar no PSDB, apesar dos recados dados pelo presidente estadual do partido Dalírio Beber e o vice-governador Leonel Pavan para que ele decida logo seu futuro político. Traduzindo: pique a mula.

Eu ia falar da Angela Albino nesse post. Mas como ela é disparada a campeã nas buscas dos leitores que chegam a este blog via google, merece um post à parte.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Indicação de leitura

O blog do ex-deputado estadual e secretário da Fazenda Antônio Carlos Vieira (PP), o Vieirão, passou por mudanças cosméticas e abriu a possibilidade de comentar os posts. Embora seja escancaradamente oposicionista aos governos Estadual e da Capital, o blog do Vieirão sempre foi uma boa fonte de informação de bastidor e análise política catarinense. Vale uma olhada. Especialmente os últimos dois posts, sobre a aproximação das Angelas Amin e Albino e do prefeito Dário Berger com o PMDB.

O mesmo espírito irônico e debochado que Vieirão mantinha em seu mandato estão presentes nos textos. Inclusive, é recorrente na Assembléia a conversa de que o perfil técnico e a experiência política do pepista fazem falta nesta legislatura. Até mesmo por governistas. Um exemplo foi no final da legislatura passada, quando o governo estadual (tocado por Pinho Moreira) tentou criar um fundo de combate à pobreza aumentando alíquotas de impostos de produtos considerados supérfluos, Vieirão foi uma das vozes mais críticas. Surpresos pela reação - que envolveu entidades como a Fiesc - o líder do governo João Henrique Blasi (PMDB) modificou o projeto e consultou o deputado oposicionista antes de apresentá-las. Uma forma de prestigiar o adversário, afirmou Blasi na época.

(leia posts sobre o Fundo de Combate à Pobreza)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Don Juan em busca de nova conquista

Para o prefeito da Capital Dário Berger, o racha exposto no PSDB é culpa da imprensa, que fica perguntando o que cada liderança da sigla acha da vida. Mais do que sondado pelo PMDB estadual, Berger dá de ombros para as farpas lançadas via imprensa pelo presidentes estadual do partido Dalírio Beber e pelo vice-governador Leonel Pavan. Por maior que seja o esforço do deputado Marcos Vieira e do prefeito de Joinville Marco Tebaldi para manter Berger no partido, o próprio prefeito dá indícios de que o casamento está mesmo chegando ao fim.

Com o fim do prazo para troca de sigla se esgotando na metade de setembro, Berger diz que tem problemas maiores para resolver e que como bom brasileiro vai deixar tudo para a última hora. "Isso aí é como o imposto de renda", diz. Ou seja, outro incômodo. Berger chegou ao cúmulo de dizer que nunca declarou que sairia do PSDB.

- Mas o senhor afirmou que estava namorando outras siglas.
- Eu sou um enamorado...
- O senhor está se apaixonando de novo pelo PSDB, então?
- Não exatamente...

Embora evite o assunto e reclame logo na primeira pergunta ("não me falem de futuro político, por favor"), Berger parece aqueles homens que estão saindo com mulher nova, mas que requer discrição. Não cabe em si. Agora só falta se livrar da esposa. Até porque ela está cada vez mais a cara do Pavan.

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Em tempo. Eduardo Pinho Moreira disse que vai conversar com o Diretório Municipal do PMDB para que eles comecem a avaliar o convite a Berger. Cheiro de intervenção no ar.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Comentário

O vereador João Aurélio Valente (PP) comentou o episódio narrado no post Uma recusa providencial - que trata do suposto convite feito por ele no ano passado ao vereador Juarez Silveira para ingressar no PP. Reproduzo abaixo.

"Essa não é a verdade. Nunca convidei Juarez Silveira, pelo contrário, no plenário em Sessão Ordinária em aparte disse ao ex-vereador Juarez que eu não presidia o Partido Progressita para fazer esse tipo de convite e nunca o tinha convidado. Grato pela atenção, Vereador Aurélio Valente".

Caro vereador, obrigado por acessar o blog. Eu não lembro textualmente do seu aparte e ele não ficou registrado na ata da sessão. Com o seu depoimento, fica registrada a sua resposta ao que foi dito pelo ex-vereador Juarez em plenário, quando ele narrou o suposto convite, que seria inclusive abonado pela ex-prefeita Angela Amin, pelas palavras dele. Antes mesmo do vazamento dos grampos nós aprendemos que Juarez às vezes exagerava algumas histórias, mesmo as com muitos detalhes.

Eu lembro bem daquela sessão, foi uma das últimas que cobri antes de passar a ser setorista da Assembléia Legislativa. Assisti ao lado da Sílvia, assessora de imprensa. Devo ter sido traído pela memória.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Divórcio litigioso

Na quinta-feira, Dalírio Beber, presidente estadual do PSDB, não poupou críticas ao colega de partido e prefeito de Florianópolis, Dário Berger. Deixou nas entrelinhas (e até em alguma linhas mesmo) que o casamento entre a sigla e Berger já acabou, faltando apenas a ratificação. O resultado da conversa está na página 6 da edição do hoje do A Notícia (e também, resumida, no DC).

Beber não é o único tucano que tem se queixado da postura de Berger em relação ao PSDB e certamente não tornaria a questão pública sem o aval do vice-governador Leonel Pavan - que inclusive deixou vazar para a imprensa as cobranças do governador paulista José Serra (PSDB) sobre a situação do prefeito após a divulgação das conversas em que supostamente favorece Marcondes de Mattos na formulação da chamada Lei dos Hotéis.

Soubesse das dificuldades extra-partidárias que teria ao longo do ano, Berger talvez não tornasse público seu namoro com outras siglas no início do ano (para refrescar a memória). Ou teria deixado de vez o partido que o abrigou quando o PFL disse não para seu plano de trocar São José pela Capital. Hipóteses...

O certo é que Berger não precisava de fogo amigo em um momentos desses. Mas não deixa de colher o que plantou.

Em tempo: o prefeito ainda não está isolado no partido. Conta com o apoio ferrenho do secretário-geral da sigla e líder do PSDB na Assembléia Legislativa, Marcos Vieira.

domingo, 15 de julho de 2007

Colher de fora

O ex-governador Esperidião Amin (PP) e a ex-prefeita Ângela Amin (PP) despontam como favoritos para a disputa pelo comando da Capital no próximo ano. As prévias devem ser disputadas no café da manhã, como bem frisa um relevante pepista.

- Isso não é uma questão partidária, é um problema de casal.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Uma recusa providencial

Assim como a vereadora Angela Albino (PC do B), a bancada do PP na Câmara de Vereadores de Florianópolis espera receber nas urnas em 2008 os dividendos por ter escapado ilesa do escândalo moeda verde. Alguns - vide o ex-deputado Vieirão em seu divertido blog - deixam clara a postura de vingança, já que os cassados Marcílio Ávila e Juarez Silveira foram os primeiros a se bandear para o lado do recém-eleito Dário Berger, no final de 2004.

O curioso nessa história toda é que o PP teve mais sorte do que juizo. No final do ano passado, um pouco antes dos uísques uruguaios, Juarez foi visto jantando com o vereador pepista João Aurélio Valente. A cena virou boato de que Juju estava sendo cortejado para voltar ao PP. O boato acabou se confirmando em plenário, em um episódio que levou boa parte dos parlamentares e dos (poucos) presentes às gargalhadas.

Em discurso, Valente fez críticas à administração Berger e por tabela a Juarez. Para responder, Juarez foi à tribuna e revelou os detalhes do recente jantar, sempre pontuando as frases com um "não é verdade, vereador João Aurélio?". Pelo relato de Juarez, o oposicionista não só o convidou para voltar ao partido, como garantiu que a própria ex-prefeita Ângela Amin (PP) abonaria a ficha de filiação. Constrangido, Valente pediu aparte e - gaguejando - confirmou a história, refazendo o convite a Silveira, que saiu de plenário às gargalhadas.

Como presidente da Comissão de Ética, João Aurélio Valente gargalhou por último.

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Alguém chegou via google a este blog procurando o nome do suplente do Juarez. Bom, com a cassação do Juju, é efetivado como vereador o eterno Aloisio Piazza (PMDB). Mas como ele já ocupava a vaga do licenciado João da Bega (PMDB), quem deve aparecer na esquina da Anita Garinaldi com a rua dos Ilhéus nos próximos dias é o Aurélio Oliveira (PMDB). Por sinal, irmão do Édison Andrino (PMDB).

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Tropeçando na língua

Deputado relatava às gargalhadas antiga conversa com prefeito de sua região em que expunha sua dúvida entre continuar secretário ou se candidatar a uma vaga no parlamento. O prefeito não teve receio ao aconselhar:

- Vira deputado pra trazer contravenção pra nós.

O prefeito não sabia a diferença entre "contravenção" e "subvenção", mas sabia exatamente do que precisava...

terça-feira, 26 de junho de 2007

Agora sim


A matéria citada no post abaixo acabou sendo publicada na edição de segunda-feira.
Clique na imagem para ver a página com a matéria completa.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Uma legislatura em frangalhos

A Operação Moeda Verde é apenas o ápice de uma das legislaturas mais conturbadas da história da Câmara de Vereadores de Florianópolis. Uma legislatura que praticamente começou a prisão de um vereador (Guilherme Grillo) por grampear os telefones de outro (Juarez Silveira) e chega à metade com a comprovação de práticas que a cidade inteira tinha certeza de aconteciam.

Minha pauta durante essa semana foi justamente mostrar todas as contravérsias que aconteceram na Câmara nesses dois anos e meio. Não são poucas. Na mesma matéria, que deve ser publicada na edição de domingo (eu disse deve), especialistas e pessoas envolvidas no cenário tentam apontar o que possibilitou tamanho descontrole. Ninguém aponta os mesmos fatores.

Para o cientista político é tudo reflexo da entrada do um novo grupo político no cenário municipal (Dário Berger e turma de São José) e a reacomodação de forças que isso traz.

Para o procurador da Câmara, a culpa foi da redução de vereadores de 21 para 16, determinada pelo TSE. Isso teria feito o poder ficar mais concentrado e esvaziado a força das bancadas. As principais comissões seriam dominadas pelos mesmos parlamentares.

O presidente da Câmara, Ptolomeu Bittencourt (DEM) diz que essa análise é sociológica e diz não ter condições de opinar. Enfática mesmo é sua colega Angela Albino, que não tem medo de apontar quais seriam os principais fatores que causaram a Moeda Verde. Destemor de quem claramente deve integrar uma chapa majoritária em 2008:

- O que aconteceu é um problema de gestão pública. Uma administração amadora e historicamente dependente do clientelismo, sem o menor grau de informatização e com um quadro de servidores efetivos muito pequeno. São muitos terceirizados e comissionados que devem favores a quem os indicou. Junte-se a isso a tradicional política de feudos eleitorais.

Não vai ser nada fácil colocar Florianópolis nos trilhos.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Compadres

Hoje em dia eles não se cruzam, não se olham, não se telefonam. Mas vai ser difícil negar a velha intimidade. Abaixo, uma nota do colunista Fabian Lemos, na edição de 18 de fevereiro de 2005 do Diário Catarinense.

ESCUTA SÓ - Juarez Silveira
vai casar no dia 2 de abril. Entre os
padrinhos, Dário Berger, Paulinho
Bornhausen, Içurity Pereira e Marcílio
Ávila. Certamente, algumas pessoas
da Capital já estavam sabendo.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Analogias

Deputado estadual governista comenta a atuação da Câmara de Vereadores de Florianópolis:

- Ainda não tem uma salinha para fazer aborto. O resto, eles fazem...

Aberta temporada de caça a vagas no TJ

Deu entrada na Assembléia na semana passada o projeto vindo do Tribunal de Justiça que aumenta o número de desembargadores de 40 para 50 em Santa Catarina. Dessas dez novas vagas, oito serão preenchidas por juizes da entrância especial do TJ (quatro por antiguidade e quatro por merecimento), uma será indicação do Minitério Público e outra da OAB-SC. A medida não deve sofrer resistência no parlamento e a expectativa é que seja votada ainda antes do recesso parlamentar, em 15 de julho.

De cara já teve um efeito prático. O humor do líder do governo João Henrique Blasi (PMDB) melhorou tanto que chamou atenção dos colegas.

Blasi se candidatou na última vez em que a vaga coube à OAB. Pelos critérios de escolha, o conselho da entidade elege seis representantes, o Pleno do TJ tira três e envia a lista ao governador, que escolhe o novo desembargador. Na época, o deputado fazia oposição ao presidente Adriano Zanotto na OAB e não conseguiu nem entrar na lista sextupla da entidade.

Hoje a situação é outra. Blasi e Zanotto, atual procurador-geral do Estado, estão no mesmo barco e no mesmo partido - o que deve garantir o deputado entre os seis indicados da OAB. Como líder do governo, o empenho de Blasi também será importante para a aprovação do projeto que cria os dez cargos - o que deve valer a gratidão do Pleno do TJ, responsável pelo envio da lista tríplice ao governador. Aí estará nas mãos de LHS premiar o fiel deputado, relator do projeto da terceira reforma administrativa.

A indicação, no entanto, pode trazer duas dores de cabeça ao governador. Primeiro, quem indicar para a vaga de líder do governo? Segundo, daria cargo e visibilidade ao terceiro suplente da coligação, Edison Andrino - com um pé fora do partido e louco para ser a pedra no sapato peemedebista nas eleições para a prefeitura da Capital, em 2008.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Menos, Alesc, menos...

A megalomania bate à porta da Assembléia Legislativa. Na semana passada foi o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB) que partiu para Belo Horizonte para participar de um encontro de parlamentos estaduais levando o convite da bancada peemedebista de Santa Catarina para o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) se filiar ao partido para concorrer à Presidência da República em 2010. Mineiro, Aécio deve ter prometido a Peninha pensar com carinho na possibilidade.

Na sessão de quarta-feira, foi a vez do oposicionista Kennedy Nunes (PP) levar a plenário uma moção que tornava o presidente venezuelano Hugo Chavez “persona non grata” em Santa Catarina. O motivo seria a não renovação da concessão da emissora de televisão líder de audiência RCTV, crítica feroz do regime chavista. Na verdade, apenas mais combustível para a nova mania do parlamentar pepista, que é comparar os métodos do venezuelano com os do governador catarinense Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

Tudo poderia ser apenas um chiste, se um plenário desinteressado e vazio não tivesse aprovado a moção, que agora será encaminhada à Embaixada da Venezuela em Brasília. O curioso é que durante a votação da moção, nem Kennedy Nunes estava presente. Naquele momento, as bancadas do PP, do PT e a deputada Odete de Jesus (PRB) anunciavam em entrevista coletiva que entrariam na Justiça contra alguns pontos da reforma administrativa aprovada em abril.

Além da ausência dos 13 oposicionistas, não estavam presentes os líderes de três partidos da base aliada (Manoel Mota do PMDB, Gelson Merísio do DEM e Sargento Soares do PDT), o do governo (João Henrique Blasi) e nem o próprio presidente da Assembléia, deputado Júlio Garcia (DEM). Ou seja, sem a manifestação de toda a bancada oposicionista e de boa parte dos expoentes governistas, o plenário decidiu que o chefe de estado de um país vizinho não é bem-vindo em Santa Catarina. Efeito prático? Nenhum. Só a deselegância e o despropósito, já que mesmo os parlamentares mais antigos não se recordam de outra “persona non grata” aprovada pela Alesc.

Às vezes nossos nobres parlamentares se portam como a Mafalda, famosa personagem do cartunista argentino Quino, que em determinados momentos subia em seu banquinho para gritar pela paz mundial.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Autocrítica

No final do ano passado, pouco antes da "moratória" aos projetos de alteração de zoneamento, houve uma espécie de rixa entre os vereadores Jaime Tonello e Ptolomeu Bittencourt. Filiados ao mesmo partido, o então PFL, eles chamavam atenção pela troca de farpas. Tonello acusava o correligionário de ser rígido demais nos pareceres da comissão que presidia, a de Constituição e Justiça. Também apontava morosidade na análise dos processos na comissão. Bittencourt dizia que no papel de presidente lhe cabia seguir a legislação.

A rixa virou pauta. "Estão sentando em cima dos processos?".

Tonello repetiu o que dizia em plenário.

Bittencourt deixou no ar uma frase de efeito e que depois faria todo sentido:

- É normal que os projetos demorem. Eu estranho os que andam rápido demais.

O repórter anotou a frase, até usou no texto depois, mas parou a entrevista por ali. Bittencourt insistiu:

- Mas com certeza não é isso que eles estão questionando. Não é a demora.
- O que seria, vereador?
- Ah, aí é contigo. A entrevista pára aqui.

Meia hora depois, o vereador liga de volta.

- Eu não tava querendo dizer que sabia de alguma coisa. Eu só quis dizer que não pode ser a demora.

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Todo mundo sabia de alguma coisa, todo mundo ouviu falar de alguma coisa, todo mundo comentou algo sobre os carros do Juju, sobre favores, propinas, promiscuidades. Todo mundo tinha uma história pra contar ou especular - inclusive nas redações.

Não me conformo com a cara de espanto de todos na quinta-feira, inclusive a minha. Se a PF não arma aquele estardalhaço (ou pirotecnia, como prefere o governador), quanto tempo mais a gente continuaria a escrever matérias sobre "moratória" nas alterações do zoneamento e o novo plano diretor como se fossem coisas sérias - com as devidas aspas do nobre líder do governo?

Uma nova lei, um pequeno conto e um temor

Luiz Henrique tem dado fortes declarações de apreço ao senhor empreendedor Marcondes de Mattos, entre outros. Outro assunto que surge quando o governador comenta os estragos causados pela Operação Moeda Verde, da Polícia Federal, é a lei que tramita no Congresso e disciplina as competências dos órgãos na questão ambiental. LHS questiona o fato das ações do Ibama e dos órgãos estaduais e municipais ficaram muitas vezes sobrepostas. Pelo texto da proposta, sempre que a fiscalização ficar restrita aos limites de um munícipio, é competência do orgão municipal. Quando atingir dois ou mais municípios, é da conta do órgão estadual (no nosso caso, a Fatma). O Ibama ficaria encarregado apenas quando a questão abrangesse área de dois ou mais estados.

Até faz sentido. Mas e na prática?

Se toda a fiscalização em Florianópolis ficasse a cargo da Floram, seria melhor ou pior - mais fácil ou mais difícil burlar a lei?

Se as estruturas municipais refletem as estaduais e federais, com um pouco menos de, digamos, elegância... imaginemos um hipotético município São José de Alcântara do Oeste. Nessa cidade, uma exuberante coligação eleitoral chamada "quadriplice aliança" elegeu o prefeito com um pé nas costas e de quebra garantiu seis dos nove vereadores. O prefeito eleito, articulador nato, criou a teoria da "matemática das urnas" para calcular a divisão do bolo entre os aliados. Antes do rateio, também ficou definido que os principais nomes da coalisão teriam o direito de indicar um cargo por fora da conta da tal matemática. Assim, ficou estabelecido que o cargo de diretor da fundação municipal de meio ambiente seria da cota pessoal do vereador Zé da Funilaria, presidente de um dos quatro partidos da base na cidade.

A história eu não vou continuar. Apenas acho que meio ambiente é algo muito sério pra ficar tão perto da zona de influência de um vereador...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Em silêncio

A delegada Júlia Vergara contou no final da tarde de domingo que ofereceram ao vereador Juarez Silveira a chance de depor mais uma vez, mas que ele preferiu ficar quieto. A ultima frase do depoimento transcrito de Silveira foi "seja o que deus quiser". Deve ser difícil para o vereador manter essa postura, já que sempre foi de falar mais do que devia e deixar muitos recados nas entrelinhas.

Na primeira vez em que deixou o cargo de líder do governo Dário Berger, em setembro de 2005, ele fez um contundente discurso na tribuna da Câmara. Dizia para o prefeito tomar cuidado com seus assessores (prometo procurar o discurso mais tarde). Quando a confusão envolvendo mudanças pontuais de zoneamento chegou ao ápice e obrigou Marcílio Ávila a declarar a tal moratória para esse tipo de pedido (contornada no caso da mudança que permite a reforma do estádio do Figueirense), Juarez mais uma vez foi pra tribuna deixar alguns podres no ar.

Relembremos:

- Eu deixei de vir a Sessão semana passada e estou aqui pensando, será que vale a pena eu ficar aqui, será que não vale a pena eu ser Secretário Municipal, porque eu tenho projetos parados.

- Faz muito tempo que eu não entro com um projeto de zoneamento nessa Casa, não porque a população não me pede é porque eu não quero mais me incomodar, não quero me estressar, tenho nojo de apresentar emenda em primeira e segunda votação, o substitutivo tira a qualidade do projeto porque tem sempre um Papai Noel, sempre tem uma bucha no meio.

-Essa Casa tem dezesseis Senhores Vereadores, eu sempre apresentei projetos para amigos, para clientes ou eleitores, então eu dava entrada, porque não é pecado dar entrada, não é pecado atender corretor, não é pecado atender uma comunidade, não é pecado atender um empresário desde que faça as audiências, desde que se discuta os mapas, desde que se faça às coisas corretas.

- Eu já ajudei metade desta cidade e o Vereador Acácio [Garibaldi, líder do governo Ângela Amin, atualmente suplente] várias vezes me chamou a atenção e me puxava a orelha. Eu fiz vários zoneamentos, para várias pessoas desta cidade e fiz para SINDUSCOM e para todo mundo, não tem problema nenhum, e farei quantas vezes for necessário, mas eu quero audiência pública dirigida, específica, eu quero a comunidade.

Agora fica a expectativa de que Juju volte a ser o falastrão que sempre foi...

sábado, 5 de maio de 2007

Inferno astral

Maio mal começou, mas o prefeito da Capital Dário Berger (PSDB) já deve estar contando os dias para que 2007 acabe.

Enumeremos:

- Ele não conseguiu emplacar o irmão-deputado na cobiçada secretaria de Infraestrutura.
- Foi escanteado pelo próprio partido na composição do governo estadual
- Arriscou uma troca de partido que passou de novela a piada e acabou não se consumando
- Assiste o governo do estado passar a tesoura nos terceirizados para economizar uns trocados
- Enfrenta a prisão de três secretários, do líder do governo e do fiel aliado Marcílio Ávila, acusados de participar da máfia que vendia licenças ambientais.

Assim, vamos ter que começar a concordar com a frase que Berger utiliza no início de 99% de suas entrevistas:

- Não é fácil ser prefeito...

"Se é pecado ter amigos..."

A seguinte nota está no arquivo de notícias do site da Codesc, datada de 18 de abril do ano passado.

"Tomou posse na tarde de segunda-feira (17), o novo diretor de planejamento da Codesc, o vereador do PTB, Juarez Silveira, que assume no lugar de José Thadeu Mosmann Rodrigues de Criciúma. Juarez que está no quinto mandato de vereador da capital é amigo de Içuriti Pereira há muitos anos, desde o tempo em que foram vereadores juntos. A indicação feita por Eduardo Pinho Moreira, atual governador em exercício, teve o aval também de Luiz Henrique da Silveira e do prefeito Dário Berger. A posse foi prestigiada pelos funcionários da Codesc, vereadores, secretários municipais e pelo prefeito Dário Berger. Juarez Silveira, vai continuar também como vereador do município de Florianópolis."


Pra quem está sendo apontado como chefe do esquema de venda de licenças ambientais, até que o vereador Juarez Silveira tem muitos padrinhos...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

A ave que aqui gorjeia

Reportagem da Folha Online relatou em 3.736 caracteres o jantaroferecido pelo PMDB ao presidente Lula (PT). A matéria assinada pelajornalista Andreza Matais se concentra no discurso do petista, masdeixou a última frase (ou 159 caracteres) para citar a fala dogovernador Luiz Henrique (PMDB):

"Também chamou a atenção o discurso do governador de Santa Catarina,Luiz Henrique (PMDB), considerado interminável, que representou osgovernadores presentes. "(texto integral: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u91115.shtml)

Os catarinenses já estão acostumados aos longos discursos. Que o diga faminta platéia que ouviu LHS na Fiesc, mês passado.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Reforma Administrativa em pílulas

- O governo estipulou em 508 o número de cargos comissionados que seriam extintos com a terceira reforma administrativa.
- A base cortou os cortes quase que pela metade, salvando 222 cargos.

Por que salvar tantos cargos, Blasi?
"É a readequação do quantitativo de cargos comissionados e funções gratificadas em estruturas organizacionais que restaram subdimensionadas..."

O você que acha, Carminatti?
"Só alegria. Um corte de 300 cargos ainda é um número bom".

Tá preocupado com a possibilidade da Assembléia ficar com a pecha de não ter deixado o LHS economizar uns trocados, Marcos Vieira?
"O governador quer cortar e tudo que ele encontrar pela frente e achar que pode cortar, vai fazer. Cabe a nós fazer os ajustes".

O que você quer, Ponticelli?
"Ainda estou esperando pelo impacto financeira da reforma para os cofres públicos do Estado"

Resumo: O governo ficou três meses batendo na tecla da economia gerada pelo corte nos comissionados (15 milhões por ano), viu a redução de 30% cair pela metade, mas se diz satisfeito porque aprofundar a descentralização é mais importante do que poupar. Os deputados da base não tiveram constrangimento de brigar durante três meses pela manutenção de cargos e gratificações e ficaram exultantes por emplacar um substitutivo global. A oposição bateu nas mesmas teclas o tempo todo e nem assim conseguiu acertar o tom - vai ficar dividida até no plenário, com o PP achando que a reforma não tem conserto e o PT defendendo uma "descentralização light" (21 secretarias em vez de 36).

Assim a coalisão PMDB-PSDB-PFL vai longe...

De volta

No último post desse blog o Dário Berger ainda cogitava - ou fingia cogitar - pular no barco do PSB. Foi tão convincente que até o irmão acreditou, foi e virou notícia nacional como um dos possíveis primeiros deputados federais a perder o mandato por trocar de partido. É... hora de voltar a atualizar isso aqui.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Os socialistas estão chegando

- Prefeito, e essa história de PSB, é pra valer?
- Ah... estamos namorando.

Foi assim que o prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PSDB) confirmou após a posse do ex-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) na presidência da Celesc, que recebeu sondagens para trocar de partido. Berger teceu elogios ao PSB, que definiu como um "partido moderno".

- Pode até ser considerado nanico aqui no Estado, mas elegeu três governadores, passou a cláusula de barreira...

A sondagem viria da Executiva Nacional do partido, que inclusive mandaria emissários a Florianópolis essa semana. Segundo Berger o encontro acabou adiado por causa da disputa pela presidência da Câmara em Brasília - onde o PSB está engajado na campanha pela reeleição de Aldo Rebelo (PC do B).

O prefeito se mostra satisfeito com o convite e a possibilidade que recebe de valorizar seu passe frente aos problemas que tem enfrentado com o governo do estado e o PSDB, mas não indica que vá entrar na canoa do socialismo. Lembra que vai enfrentar uma disputa dura contra o casal Amin (PP) pela prefeitura da Capital em 2008.

Sobre o atual dono do partido em SC, Antônio Carlos Sontag (e presidente da EBV, concorrente da Casvig dos irmãos Berger), o prefeito não vê problema.

- Conheço o Sontag há anos, nosso relacionamento é ótimo...

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

LHS se faz ouvir em Brasília

O governador reeleito Luiz Henrique da Silveira (PMDB) viaja hoje para Brasília. Mas não é dessa vez que ele vai voltar a conversar com o presidente Lula – que inclusive goza de suas férias em praia privativa do Exército, no litoral paulista. Luiz Henrique vai viajar para meter pessoalmente a sua colher na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. O governador reune a bancada dos deputados catarinenses eleitos pela aliança e tenta fechar questão sobre o apoio a um nome alternativo aos do atual presidente Aldo Rebelo (PC do B) e o de Arlindo Chinaglia (PT). O desejo de LHS é ver seus 10 deputados respaldando o presidente do PMDB Michel Temer, que inclusive já presidiu a Câmara por quatro anos – no final do primeiro e no início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

 
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