segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Xenófobos e xenófilos

Na falta de polêmica maior, a discussão em voga na eleição joinvilense é uma não-polêmica. Rodrigo Bornholdt (PDT) chama Mauro Mariani (PMDB) de "forasteiro", que sente o golpe e o chama de "xenófobo". Era óbvio que assim que começasse a crescer nas pesquisas, Mariani seria alvejado em seu maior calcanhar de aquiles - a falta de identidade com a cidade.

Também era óbvio que esse ataque não viria nem de Darci de Matos (DEM), nem de Carlito Merss (PT). Favoritos para a disputa do segundo turno, ambos contam com o apoio do PMDB para vencer a eleição. Mas, certamente, devem ter ficado satisfeitos com as estocadas de Rodrigo contra o ascendente peemedebista. O papel de franco-atirador serve no pedetista. Renegado como candidato preferencial pelo PMDB e pelo padrinho Luiz Henrique, Rodrigo deve ter como questão pessoal ficar à frente de Mariani.

Ou seja, tudo dentro do scrip.

O que não dá pra entender é a indignação dos peemedebistas. Se é certo que Joinville é uma cidade que deve muito a seus imigrantes, não há registro na história recente de que um deles tenha tentado governar o município um ano depois de chegar por aqui. Mas o novo herdeiro político de Luiz Henrique mostra que já aprendeu a lição com o padrinho: diante de um questionamento incômodo é só se fazer de indignado e citar a ditadura. Costuma funcionar.
 
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