sexta-feira, 22 de junho de 2007

Uma legislatura em frangalhos

A Operação Moeda Verde é apenas o ápice de uma das legislaturas mais conturbadas da história da Câmara de Vereadores de Florianópolis. Uma legislatura que praticamente começou a prisão de um vereador (Guilherme Grillo) por grampear os telefones de outro (Juarez Silveira) e chega à metade com a comprovação de práticas que a cidade inteira tinha certeza de aconteciam.

Minha pauta durante essa semana foi justamente mostrar todas as contravérsias que aconteceram na Câmara nesses dois anos e meio. Não são poucas. Na mesma matéria, que deve ser publicada na edição de domingo (eu disse deve), especialistas e pessoas envolvidas no cenário tentam apontar o que possibilitou tamanho descontrole. Ninguém aponta os mesmos fatores.

Para o cientista político é tudo reflexo da entrada do um novo grupo político no cenário municipal (Dário Berger e turma de São José) e a reacomodação de forças que isso traz.

Para o procurador da Câmara, a culpa foi da redução de vereadores de 21 para 16, determinada pelo TSE. Isso teria feito o poder ficar mais concentrado e esvaziado a força das bancadas. As principais comissões seriam dominadas pelos mesmos parlamentares.

O presidente da Câmara, Ptolomeu Bittencourt (DEM) diz que essa análise é sociológica e diz não ter condições de opinar. Enfática mesmo é sua colega Angela Albino, que não tem medo de apontar quais seriam os principais fatores que causaram a Moeda Verde. Destemor de quem claramente deve integrar uma chapa majoritária em 2008:

- O que aconteceu é um problema de gestão pública. Uma administração amadora e historicamente dependente do clientelismo, sem o menor grau de informatização e com um quadro de servidores efetivos muito pequeno. São muitos terceirizados e comissionados que devem favores a quem os indicou. Junte-se a isso a tradicional política de feudos eleitorais.

Não vai ser nada fácil colocar Florianópolis nos trilhos.

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